Notícias

Coluna Dr. José Renato Nallini - Chamamento Geral

05/08/2025

No artigo “Chamamento Geral”, o Secretário-Executivo de Mudanças Climáticas de São Paulo, Dr. José Renato Nalini, faz um convite à mobilização coletiva diante da emergência climática.

Com a COP-30 se aproximando, ele reforça a importância da participação da sociedade civil em ações locais e cotidianas para tornar São Paulo uma cidade mais resiliente.

 

Chamamento geral

            Este ano o Brasil recebe o encontro anual da ONU para tratar das questões ambientais. É a COP-30, prevista para novembro em Belém do Pará. Só que mais de oitenta e cinco por cento da população brasileira mora em cidades. E a maior cidade do Brasil não pode deixar de participar desse evento.

            Com esse intuito, o Prefeito Ricardo Nunes constituiu uma Comissão cujo propósito é suscitar na sociedade civil o interesse por discutir as questões da emergência climática em nossa capital.

            Todos estão chamados a participar dessa empreitada. Fazer palestras, formar grupos de discussão, sugerir que as comunidades frequentadas – clubes, igrejas, associações, sindicatos, escolas, empresas – também promovam debates para que todo cidadão faça uma reflexão. O que tenho a ver com as mudanças climáticas? Posso fazer alguma coisa para tornar a minha cidade mais resiliente, ou seja, capaz de suportar os fenômenos extremos sem ter de encarar mortes, desabamentos e outras tragédias?

            Para inspirar a participação, mencionem-se os três “vilões” causadores do efeito-estufa, gerador do aquecimento global que ocasiona as emergências climáticas em São Paulo: o trânsito, a energia estacionária e os resíduos sólidos. Você sabia que nossa cidade produz 18 mil toneladas de resíduos – antigamente chamávamos “lixo”... – por dia?

            Algo que todos podemos fazer é comprar menos, desperdiçar menos, separar aquilo que descartamos, de forma que os resíduos orgânicos sejam utilizados para a produção de biometano, um gás natural não fóssil, que pode abastecer veículos e substituir o venenoso diesel.

            Outra coisa à nossa altura e capacidade: gastar menos água e menos energia elétrica. Andar mais a pé. Usar bicicleta. Usar as escadas, de preferência ao elevador. E, principalmente, plantar árvores. A árvore é a maior amiga da vida. Ela pode devolver à cidade o seu microclima tão agradável que possuía a garoa como símbolo paulistano.

            Se você ajudar, São Paulo pode voltar a ser a “São Paulo da garoa”, não a “São Paulo das tempestades”, dos vendavais e das rajadas de vento que arrancam árvores saudáveis, expondo suas raízes e, infelizmente, causando até mortes indesejáveis e desnecessárias.

*José Renato Nalini é Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.

TODAS AS NOTÍCIAS